FEMINICÍDIO EM MONTES CLAROS

Homem casado e suspeito de
matar amante grávida é liberado
Uma grávida de 32 anos foi assassinada com dois tiros em frente sua casa, em Montes Claros, ao sair para trabalhar na manhã dessa quinta-feira (21). O suspeito do crime é o amante dela, um homem casado de 47 anos, que foi preso no mesmo dia em sua residência na rua Guiana Francesa.
Durante a abordagem, ele demonstrou nervosismo e primeiramente negou o relacionamento. Em conversa com os militares, ele entrou em contradição sobre alguns pontos e, em seguida, assumiu que teve um relacionamento com a vítima por um ano. Ele disse que a encontrava em uma academia de capoeira, mas que não a via há cerca de sete meses. A informação foi neagada pela filha de Daniele, uma garota de 15 anos. Segundo a jovem, o suspeito havia se encontrado com a mãe há pelo menos dois dias, no início desta semana, no bairro Santa Rafaela.
Ele foi encaminhado a Delegacia de Polícia Civil e após prestar depoimento foi liberado por falta de provas, segundo informações da Polícia Civil. Danielle Pereira Leite Sampaio, de 32 anos, foi morta a tiros quando se dirigia para o trabalho de motocicleta.
A Polícia Militar afirmou que encontrou mensagens no celular da vítima dizendo que o homem detido queria coagí-la para fazer um aborto. Para a Polícia Civil, não há provas que relacione o suposto envolvimento dos dois com o homicídio.
O delegado responsável pelo caso, Bruno Rezende, explica que, ainda que fique comprovada a ligação entre a vítima e o homem de 47 anos, não implica que ele tenha participação no crime. Rezende afirma que há duas linhas de investigação que são feitas pela Delegacia de Homicídios, e ainda não há como requerer prisão sem confirmação de autoria.
"Há ligação dele com a vítima, um suposto relacionamento. Mesmo assim, não há nada que ligue o homem ao assassinato em si. Vamos continuar investigando. Não está descartada a participação, mas não tem elemento específico para fazer um flagrante. Vai ter que ficar comprovado se ele foi o mandante, ou se é coincidência o fato de ele estar ligado à mulher", diz.
A Polícia Civil afirma que até para prisões preventivas são necessárias provas de autoria. O delegado diz que o suposto envolvido afirmou ainda que estava em casa na hora do crime, e a versão foi confirmada por familiares dele. Sobre a informação repassada pela Polícia Militar de que havia mensagens da vítima contando a uma amiga que o homem estava a coagindo a abortar o filho, a Polícia Civil diz não poder comentar para preservar o andamento das investigações.