PCC EM MONTES CLAROS

Mulher de traficante do PCC é
presa na Operação Progresso
Policiais da Delegacia Especializada Antidrogas, da Polícia Civil de Montes Claros realizaram, na última terça-feira (27), a prisão de uma mulher suspeita de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ana Claudia Abreu Rocha, de 27 anos, foi presa em sua residência na rua Rio Verde, no bairro Monte Alegre, onde também foram apreendidos aparelhos celulares, um notebook e comprovantes de deposito bancário.
Segundo a Polícia Civil, Ana Claudia é mulher do traficante Anderson Lopes Ferreira, de 41 anos, mais conhecido como "Veio" ou "Dã Coruja", preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH.
A prisão de Ana Claudia ocorreu em decorrencia da Operação Progresso deflagranda pelo Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), no mesmo dia, para combater a atuação de um núcleo de venda de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas Gerais. As ações foram desencadeadas em Belo Horizonte, em Contagem, na Região Metropolitana de BH, em Alfenas, Itajubá, Varginha, Pouso Alegre, Paraisópolis e Cristina, todas no Sul de Minas. Além de Montes Claros.
De acordo com a polícia, a investigação começou há três meses quando o núcleo foi verificado em Itajubá. Na primeira fase da operação, foram presas cinco pessoas e apreendidos 100 quilos de maconha na cidade.
Na segunda fase, deflagrada nessa terça-feira, a polícia prendeu 12 pessoas e apreendeu dois adolescentes, cuja participação no esquema de drogas ainda é desconhecida. Duas mulheres estão com o mandado de prisão preventiva em aberto, mas não foram localizadas.
O líder do núcleo de vendas de entorpecentes foi identificado como Anderson Lopes Ferreira, mais conhecido como "Veio", batizado no PCC quando encontrava-se preso na Penitenciária da cidade de Patrocínio. Ele está preso na Penitenciária Nelson Hungria, e, de acordo com a polícia, comandava o esquema de dentro da prisão através de um celular. O dinheiro arrecadado com a venda das drogas era utilizado para a manutenção do PCC em Minas. De acordo com a PC, a companheira de "Veio", presa em Montes Claros, seria a responsável pelos depositos de dinheiro arrecado com o tráfico de drogas em contas bancarias de outros menbros do PCC. Em Montes Claros, Anderson Lopes Ferreira é suspeito de cometer vários homicídios em decorrencia da briga de facções pelo comando do tráfico de drogas. Ele era considerado um dos braços direito do tráficante Demóstenes Sóstenes Rodrigues dos Santos, conhecido pela alcunha de Ninha, condenado a 21 anos de prisão pelo crime de homicídio.
NELSON HUNGRIA
De dentro da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e com o auxílio de um celular de cerca de 4 cm, pouco maior que um pen-drive, Anderson Lopes Ferreira comandava um dos setores mais importantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em Minas, responsável por arrecadar dinheiro para a facção.
Os suspeitos presos fazem parte do "Sintonia Progresso", que é o setor do PCC que vende principalmente cocaína e maconha para financiar crimes cometidos pelo Comando. O dinheiro arrecadado pelo bando é usado para comprar armas, munição, carros, apartamentos, celulares, pagar "pensões" para mulheres de presos 'filiados' ao PCC, financiar regalias na prisão, etc.
"O setor é responsável por controlar bocas de fumo em várias cidades. Com a venda de entorpecentes no varejo, eles conseguem arrecadar quantias para manutenção do PCC", disse o delegado Marcus Vinícius, titular da 1ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
Durante buscas na penitenciária Nelson Hungria, os policiais encontraram o 'mini celular' usado pelo suposto líder do bando. A estratégia da Polícia Civil é enfraquecer o PCC desarticulando o financiamento. O grupo comandado por Vieira passou a ser investigado em junho, após a série de ataques a ônibus promovida pela facção em Minas. Na ocasião, a ordem para os atentados veio de São Paulo e cerca de 70 veículos foram incendiados no Estado, em protesto contra o fim de regalias na cadeia e a superlotação.
LÍDER DEVE SER TRANSFERIDO
A Polícia Civil informou que deve pedir a transferência de Anderson Lopes Ferreira, suposto líder do setor que financia o PCC em Minas, para outra unidade prisional (o destino não foi informado). A corporação quer saber, agora, como o dinheiro levantado pela quadrilha de Ferreira foi usado. "Comprovantes bancários serão analisados", disse o delegado Marcus Vinícius.
PRIMEIRA FASE
Em fevereiro deste ano, a Polícia Civil realizou a primeira fase da Operação Progresso, que resultou na prisão de cinco membros do PCC e apreensão de 100 kg de maconha em Itajubá, no Sul de Minas. A partir daí, a corporação conseguiu informações da atuação do grupo em Minas Gerais. Mais 34 kg de maconha foram apreendidos em outras cidades.